Hymenolepis nana e a himenolepíase


A Hymenolepis nana, popularmente chamada de tênia anã, é um helminto da classe Cestoda e família Hymenolepididae. Muito semelhante à Taenia solium e à Taenia saginata, porém com proporções menores e ciclo biológico diferente.

 

Morfologia

Assim como outras tênias, ela é hermafrodita e tem o corpo achatado como uma fita, possuindo 3 fases morfológicas: verme adulto, ovo e cisticerco. O adulto é dividido em escólex, pescoço e corpo e seu tamanho varia de 2 a 5cm. No escólex existem quatro estruturas de fixação do tipo ventosa e um rostro com ganchos, lembrando o da Taenia solium, todavia menor. O pescoço ou colo é a parte mais grossa do verme, local de intensa multiplicação celular, no qual é produzido as proglotes. Por fim, o corpo ou estróbilo é segmentado e cada segmento é nomeado de proglote. É nas proglotes que estão os órgãos reprodutores do parasito, tanto o feminino quanto o masculino. Ao ocorrer a fecundação a proglote passa a ser chamada de proglote gravídica, tendo ovos em seu interior.

Os ovos são arredondados, transparentes, incolores e possuem duas membranas acentuadas. No centro está o embrião, chamado oncosfera da qual os cisticercos se desenvolvem. Os cisticercos são vesículas com líquido e um escólex invaginado.

 

Ciclo biológico

O ciclo biológico pode ser tanto monoxeno, o mais comum, quanto heteroxeno. No ciclo monoxeno a transmissão acontece de humano para humano. Os ovos são ingeridos no alimento ou por meio da mão contaminada.  Ao chegarem no intestino delgado os ovos eclodem liberando a oncosfera, que, por sua vez penetra nas vilosidades intestinais. Ela fica nesse local por alguns dias evoluindo para uma larva cisticerco. O cisticerco sai do interior das vilosidades, retornando para a luz do intestino e fixa seu escólex na mucosa, crescendo e se reproduzindo. Os ovos são eliminados pelas proglotes e saem junto com as fezes e sobrevivem apenas 10 dias no ambiente externo.

No ciclo heteroxeno, o ovo passa por um inseto como pulgas ou besouros. Quando isso ocorre os insetos fazem o papel de hospedeiro intermediário. O ovo ao ser ingerido se transforma em cisticerco no intestino do inseto. A infecção humana acontece quando o indivíduo come o inseto infectado.

 

Sintomas e imunidade

A doença desse protozoário é chamada de himenolepíase. Normalmente a infecção é assintomática, porém quando os sintomas estão presentes eles são predominantemente intestinais, com dores abdominais, flatulência, diarreia, náusea e vômitos.

A resposta imune do hospedeiro é capaz de acabar completamente com a parasitose tanto pela eliminação do verme adulto quanto impedindo a implantação da oncosfera na mucosa intestinal.

 

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é a visualização do ovo no exame de fezes e para resultados mais precisos ele deve ser repetido até 3 vezes em dias alternados. O tratamento deve ser feito sempre com prescrição médica.

 

Profilaxia

A principal forma de prevenção é a correta higiene individual, a limpeza do ambiente e o tratamento precoce dos doentes. Outros métodos são o combate aos insetos domiciliares e a proteção dos alimentos para evitar o contato com os insetos.

      


Figura 1 – Resumo em forma de mapa mental.

 

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Bons estudos!!!

 

Esse texto foi baseado nas referências abaixo.

NEVES, David Pereira; MELO, Alan Lane de; LINARDI, Pedro Marcos; VITOR, Ricardo W. Almeida. Parasitologia Humana. 11 ed. São Paulo: Atheneu, 2004.

REY, Luís. Bases da parasitologia médica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. Ebook. ISBN 978-85-277-2026-7. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-277-2026-7

SIQUEIRA-BATISTA, Rodrigo; GOMES, Andréia Patrícia; SANTOS, Sávio Silva. SANTANA, Luiz Alberto. Parasitologia: fundamentos e prática clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2020. Ebook. ISBN 9788527736473. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788527736473.

Comentários

  1. Parabéns por todos os Post Maria Júlia 😍 tenho certeza que será muito útil... Princtpara minha filha😍 vou guarda- Los. Luziane Nogueira Marra

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