Entamoeba histolytica e outras amebas
Algumas espécies de ameba parasitam o ser humano sem causar doenças
Existem amebas
vivendo no organismo humano como comensais, se alimentando de restos
alimentares, fungos e bactérias. Todas elas se diferem pelo tamanho, quantidade
de núcleos e distribuição dos componentes celulares.
Espécies
descritas que parasitam o intestino:
·
Entamoeba
coli;
·
Entamoeba
hartmanni;
·
Iodamoeba
butschlii;
·
Endolimax
nana.
Espécie
que parasita a cavidade bucal:
·
Entamoeba
gingivalis.
Espécies de amebas que
raramente causam doença
Essas espécies
vivem livremente na natureza e são capazes de parasitar o ser humano:
·
Naegleria
fowleri,
·
Balamuthia
mandrillaris;
·
Algumas
espécies do gênero Acanthamoeba.
A Naegleria
fowleri quando infecta o ser humano provoca meningoencefalite amebiana
letal, quando não tratada precocemente. É adquirida quando o protozoário
penetra na mucosa nasal. Seu ambiente natural são lagos e rios, portanto a prática de
natação em águas contaminadas é um fator de risco.
Já Balamuthia
mandrillaris e Acanthamoeba causam lesões cutâneas e encefalite
amebiana granulomatosa. A Acanthamoeba ainda pode provocar lesões na
córnea e inflamá-la, gerando ceratite córnea principalmente em pessoas que
usam lentes de contato.
O caso da Entamoeba
dispar
A Entamoeba
dispar é morfologicamente idêntica à Entamoeba histolytica e a forma
de diferenciá-las é pelo ensaio imunoenzimático ELISA (Enzyme-linked
Immunosorbent) ou pela reação em cadeia da polimerase, o teste molecular
conhecido como PCR (Polymerase Chain Reaction). Inicialmente
acreditava que E. dispar não causava sintomas, mas já há comprovação de
que ela provoca sintomas brandos e semelhantes aos da E. histolytica.
Entamoeba histolytica e a Amebíase
A doença
provocada pelo protozoário Entamoeba histolytica é chamada de amebíase. Seu ciclo é monoxenico e o protozoário passa por dois estágios: trofozoíto, cuja taxa
metabólica é alta e cistos, com baixa atividade metabólica, porém resistente e
infectante.
A amebíase
causa diarreia grave muco sanguinolenta. Essa parasitose apresenta ampla
distribuição geográfica com alta prevalência em regiões tropicais, onde as
condições de higiene e educação sanitária são consideradas deficientes.
Ciclo biológico
O ciclo de vida desse protozoário é simples, começando com a ingestão de cistos. Esses cistos resistem ao suco gástrico e começam a se desencistar no intestino delgado, dando origem a trofozoítos metacísticos. No intestino grosso, eles se transformam em trofozoítos, que se aderem à mucosa intestinal e se reproduzem por divisão binária. Quando são removidos mecanicamente com as fezes, os trofozoítos começam o processo de encistamento, formando um pré-cisto. O cisto é formado quando o pré-cisto secreta uma membrana que o envolve. Por fim, o cisto é expelido com as fezes. Resumindo os estágios por qual o parasito passa, têm-se: cisto, metacisto, trofozoíto e pré-cisto.
Sintomatologia
Os sintomas da doença são variados e depende se o parasito assume a forma patogênica ou não. A Entamoeba histolytica pode assumir uma forma não patogênica e assintomática ou pode assumir a forma patogênica, fagocitando células e hemácias. A forma patogênica causa sintomas variados e por isso a doença recebe duas classificações básicas:
Amebíase intestinal - acomete somente o intestino, provocando desde leves diarreias até disenterias com aparecimento de sangue e muco nas fezes.
Amebíase extraintestinal - o parasito penetra na mucosa e por meio da corrente sanguínea alcança outros órgãos como o fígado e o pulmão.
Diagnóstico
O diagnóstico
é a anamnese do paciente junto com exame parasitológico de fezes, mas é difícil
a distinção dos cistos de Entamoeba hartmanni (não patológica) e Entamoeba
díspar (há casos patológicos) com o cisto de Entamoeba histolytica. Portanto
exames sorológicos e moleculares podem ser pedidos se for necessário distinguir
as espécies. Por causa de períodos sem emissão de cistos, o exame de fezes deve
ser feito com amostras de 3 dias distintos.
Tratamento e profilaxia
O
tratamento pode ser feito com vários fármacos disponíveis. E a prevenção é a
correta higiene pessoal, higienização dos alimentos e consumo de água tratada
ou fervida. O saneamento básico também é uma medida importante a ser adotada.
Figura 1 – Resumo na forma de mapa mental.
Escute através do CastBox ou pelo Spotify.
Bons estudos!!!
Para a escrita desse texto
as referências abaixo foram consultadas
NEVES, David Pereira; MELO,
Alan Lane de; LINARDI, Pedro Marcos; VITOR, Ricardo W. Almeida. Parasitologia
Humana. 11 ed. São Paulo: Atheneu, 2004.
REY, Luís. Bases da parasitologia médica. 3. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2009. Ebook. ISBN 978-85-277-2026-7. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-277-2026-7
SIQUEIRA-BATISTA, Rodrigo;
GOMES, Andréia Patrícia; SANTOS, Sávio Silva. SANTANA, Luiz Alberto. Parasitologia: fundamentos e prática clínica. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2020. Ebook. ISBN 9788527736473. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788527736473.
Comentários
Postar um comentário