Estrongiloidíase e seu agente etiológico – Strongyloides stercoralis

 

O Strongyloides stercoralis é um helminto do filo Nematoda e agente etiológico da estrongiloidíase ou estrongiloidose. É um parasito cosmopolita e mais comum em regiões tropicais.

 

Morfologia

 O parasito apresenta 3 formas: ovo, larva e adultos. Os ovos são elípticos com parede fina e transparente enquanto as larvas são rabditoides ou filarioides. Os adultos, por sua vez são cilíndricos, possuem boca com três lábios e cutícula.

Essa espécie de helminto é dividida em fêmea partenogenética, fêmea de vida livre e macho de vida livre. A fêmea partenogenética vive no interior do hospedeiro e não precisa do macho para liberar ovos, evolui a partir de uma larva filarioide. Os adultos de vida livre, tanto a fêmea quanto o macho evoluem a partir de uma larva rabditoide.

 

Ciclo biológico

O ciclo é monoxeno e pode ser do tipo direto ou indireto. Tudo começa com a postura de ovos pela fêmea partenogenética na mucosa do intestino delgado do hospedeiro. O ovo pode ser de três tipos: triploide, diploide ou haploide. Dele irá eclodir a larva rabditoide que será eliminada com as fezes. A partir desse ponto, o ciclo pode seguir um caminho direto ou indireto. No ciclo direto, as larvas do tipo triploide se tornarão larvas filarioides infectantes, posteriormente dando origem à fêmea partenogenética dentro do hospedeiro.

No ciclo indireto há outra forma de se obter a larva filarioide infectante: pelas larvas de vida livre diploide e a haploide. No ambiente externo elas crescerão como a fêmea e macho de vida livre. Eles acasalam dando origem a um ovo triploide, donde eclode uma larva que em alguns dias passam a ser filarioides infectantes.

O restante dos processos do ciclo biológico é igual tanto para o direto quanto para o indireto. A larva filarioide infectante irá penetrar na pele do ser humano. Da pele ela alcança a corrente sanguínea e vai para o coração, sendo bombeada para o pulmão. Do pulmão a larva vai para a laringe e faringe, após ser deglutida percorre o sistema digestório e se fixa no intestino delgado. Nesse local, a larva evolui para a fêmea partenogenética, que penetrará na mucosa e fará a postura de ovos. Esses ovos eclodem e as larvas são liberadas junto com as fezes.

 

Sintomas

A doença tem sintomas intestinais como cólicas, diarreias, vômitos e náuseas. Por causa da migração larvária, pode ocorrer dermatite no local da penetração, lesões pulmonares e intestinais. Em pacientes imunossuprimidos a fêmea adulta pode migrar para outros órgãos e complicar o estado do paciente.

 

Diagnóstico e tratamento

 O diagnóstico é realizado pelo exame de fezes através da identificação das formas larvárias. Ele é difícil, uma vez que as larvas são inconstantes nas fezes. Devido a isso, o exame deve ser repetido até 5 vezes. Ainda podem ser feitos exames sorológicos, moleculares e a coprocultura. O tratamento é feito com antiparasitários e deve ser feito concomitantemente com medidas preventivas para evitar reinfecções.

 

Profilaxia 

  • saneamento básico; 
  • correta higiene pessoal; 
  • lavagem de alimentos; 
  • consumir água tratada ou fervida; 
  • tratamento dos doentes; 
  • diagnóstico precoce.  

 

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Bons estudos!!!

 

Para a escrita desse texto as referências abaixo foram consultadas

 

NEVES, David Pereira; MELO, Alan Lane de; LINARDI, Pedro Marcos; VITOR, Ricardo W. Almeida. Parasitologia Humana. 11 ed. São Paulo: Atheneu, 2004.

REY, Luís. Bases da parasitologia médica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. Ebook. ISBN 978-85-277-2026-7. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-277-2026-7

Comentários

  1. Pela primeira vez consigo entrar nesse "mundo bacteriano" e aprendo com clareza e coesão! Parabéns!

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