Giardíase por Giardia


Agente etiológico

O agente etiológico da giardíase é a Giardia lamblia, também pode ser chamado de Giardia intestinalis e Giardia duodenalis, todos esses nomes são sinônimos e correspondem à mesma espécie. Essa espécie é cosmopolita, portanto, está presente em todo o planeta e é capaz de parasitar todos os mamíferos, incluindo os humanos, além de aves e répteis.

O protozoário é flagelado e apresenta duas formas: trofozoítica e cística. O trofozoíto habita o intestino delgado no duodeno e na porção final do jejuno. Tem formato de pera e possui dois núcleos e quatro pares de flagelos. Para se fixar na mucosa do intestino ele apresenta uma estrutura semelhante a uma ventosa, que recebe vários nomes: disco ventral, disco suctorial ou disco adesivo.

Já a forma cística tem formato oval ou elipsoide e possui de dois a quatro núcleos, podendo ser encontrada no íleo, porção final do intestino delgado e no ceco do intestino grosso. Somente a forma trofozoítica é capaz de se reproduzir por divisão binária e a forma cística fica encarregada de infectar novos indivíduos.

 

Ciclo biológico

O ciclo é monoxeno, isto é, contém apenas um hospedeiro. Tudo começa quando a pessoa come alimentos contaminados com cistos de Giardia. O ambiente ácido e a temperatura de 37°C do estômago, promovem o desencistamento, esse processo termina no intestino delgado na porção do duodeno e jejuno gerando trofozoítos que se aderem à mucosa e se reproduzem por divisão binária. No final do intestino delgado e começo do intestino grosso, os trofozoítos começam o processo de encistamento, mas o principal lugar de encistamento é no ceco. Os cistos são eliminados nas fezes e são viáveis por até dois meses.

 

Transmissão

As fezes contaminam o ambiente, a água e os alimentos. A falta de higiene pessoal pode levar a pessoa a se auto infectar. Se porventura as mãos estiverem contaminadas, elas podem contaminar alimentos e superfícies, tornando possível o recomeço do ciclo. A falta de higiene é um fator que explica o porquê de crianças de até 6 anos serem mais propensas à infecção do que os adultos.

 

Sintomas

            A giardíase pode ser assintomática, mas quando apresenta sintomas o principal é a diarreia fétida e explosiva, que ocorre junto com gases e dor abdominal. A perda de peso e a má absorção de nutrientes também são relatadas. A doença pode evoluir para a forma crônica, onde a diarreia ocorre de forma espaçada e intermitente, ou nem sempre está presente, havendo somente gases e desconforto abdominal.

 

Profilaxia

Consiste em interromper o ciclo de transmissão. O saneamento básico deve ser implementando, as pessoas precisam fazer a higiene pessoal corretamente, lavar bem os alimentos, consumir água tratada ou fervida (a água clorada não consegue eliminar os cistos da Giardia). Ainda, deve-se tratar os doentes assintomáticos e sintomáticos.

 

Diagnóstico

O diagnóstico da giardíase envolve a visualização direta do parasito nas fezes. As formas trofozoíticas somente aparece em fezes diarreicas e a forma cística aparece nas fezes formadas. Mas nem sempre ocorre a eliminação de cistos nas fezes, o que faz com que o exame deva ser repetido em amostras de dias alternados.

O diferencial da Giardia lamblia para infeções bacterianas e virais é que o sintoma de diarreia dura muito mais tempo, podendo se tornar crônico.

Quando o exame parasitológico de fezes tem resultado negativo e o problema ainda não tiver sido identificado, é recomendado punção do conteúdo duodenal, ou biopsia duodenal, a fim de procurar trofozoítos.

           

Mapa mental

 

Figura 1 – Resumo na forma de mapa mental. 

 

Escute através do CastBox ou pelo Spotify.



Bons estudos!!! 


Para a elaboração desse texto, as referências abaixo foram consultadas.

 

NEVES, David Pereira; MELO, Alan Lane de; LINARDI, Pedro Marcos; VITOR, Ricardo W. Almeida. Parasitologia Humana. 11 ed. São Paulo: Atheneu, 2004.

REY, Luís. Bases da parasitologia médica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. Ebook. ISBN 978-85-277-2026-7. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-277-2026-7

SIQUEIRA-BATISTA, Rodrigo; GOMES, Andréia Patrícia; SANTOS, Sávio Silva. SANTANA, Luiz Alberto. Parasitologia: fundamentos e prática clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2020. Ebook. ISBN 9788527736473. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788527736473.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Ancilostomose – Necator americanus e Ancylostoma duodenale

Ascaridíase e o Ascaris lumbricoides

Toxoplasmose e o Toxoplasma gondii