Tricuríase por Trichuris trichiura

 

O Trichuris trichiura, é um helminto nematódeo da família Trichuridae, agente etiológico da tricuríase. É uma doença do intestino grosso, sendo a espécie humana o principal hospedeiro. O parasito é prevalente em áreas subdesenvolvidas e sem saneamento básico.

 

Morfologia

O Trichuris trichiura possui as formas de ovo, larva e verme adulto. O adulto apresenta boca sem lábios e forte dimorfismo sexual, sendo o macho menor que a fêmea e com a extremidade posterior curvada com um espículo que o ajuda na cópula.

O ovo dessa espécie é muito característico tendo formato elíptico com casca de cor marrom. As duas extremidades são transparentes e meio arredondadas, com um poro de cada lado. O formato se assemelha muito com a figura de barril.

 

Ciclo biológico

Começa com a ingestão de um ovo embrionado infectante. Uma vez no intestino grosso, o ovo eclode dando origem à forma larvária. A partir daí são duas possibilidades descritas: alguns autores defendem que essa larva penetra no epitélio intestinal e após sua maturação apenas a parte posterior sai para a luz do intestino, já outros falam que todo o desenvolvimento da larva ocorre na luz do intestino, e, após sua maturação, a extremidade anterior, a cabeça, penetra no epitélio, deixando a parte posterior no intestino. Por fim, os adultos copulam e liberam ovos que são eliminados com as fezes do hospedeiro, possibilitando assim o recomeço do ciclo.

 

Sintomatologia

A doença depende da carga parasitária e de fatores inatos ao hospedeiro como a nutrição, idade e resposta imunológica. Muitas vezes a doença é assintomática e quando há sintomas esses são prevalentemente intestinais como diarreia, dor abdominal e flatulência.  Em casos com alta carga parasitária pode haver dores de cabeça, náuseas, vômitos ou em casos graves, o prolapso retal.

 

Diagnóstico e prevenção

O diagnóstico é o exame de fezes com a busca dos ovos de Trichuris trichiura. Para a identificação da espécie podem ser feitos a reação em cadeia da polimerase conhecida como PCR (Polymerase Chain Reaction) ou a coprocultura. O tratamento é feito com antiparasitários recomendados pelo médico.

A prevenção é o estabelecimento de saneamento básico para a população, a correta higiene pessoal, lavagem de alimentos, consumir água tratada ou fervida, tratamento dos doentes e o diagnóstico precoce.

 

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Bons estudos!!!


Para a escrita desse texto as referências abaixo foram consultadas

 

NEVES, David Pereira; MELO, Alan Lane de; LINARDI, Pedro Marcos; VITOR, Ricardo W. Almeida. Parasitologia Humana. 11 ed. São Paulo: Atheneu, 2004.

REY, Luís. Bases da parasitologia médica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. Ebook. ISBN 978-85-277-2026-7. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-277-2026-7

SIQUEIRA-BATISTA, Rodrigo; GOMES, Andréia Patrícia; SANTOS, Sávio Silva. SANTANA, Luiz Alberto. Parasitologia: fundamentos e prática clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2020. Ebook. ISBN 9788527736473. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788527736473.

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